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A arte sempre esteve presente na vida de Pieter Tjabbes. Desde a infância, na convivência com o avô, que era um apreciador da arte antiga, reconheceu sua identificação e interesse com esse universo que, com o passar dos anos, ficou ainda mais latente.
O constante contato com as obras de arte existentes na casa dos pais e as frequentes visitas aos museus, realizadas em família, aguçaram ainda mais essa paixão. Pieter relembra que, aos 15 anos, já gastava a mesada com a compra de catálogos do museu da cidade.
Embora também fosse apreciador da arte, o pai de Pieter não a considerava uma profissão rentável. E foi para agradá-lo que Pieter optou pelo Direito, porém o sonho latente o levou a cursar História da Arte em paralelo. “Adorei e acabei participando das provas, e tirei nota máxima”, relata com entusiasmo.
Pieter conseguiu se dedicar aos dois cursos e chegou a concluir os dois mestrados. “O diploma de Direito foi de presente para meu pai, e o de História da Arte para mim, para poder seguir a carreira que, afinal, eu mais gostava”, conta.
Atuou como Gerente Internacional da Bienal de São Paulo e foi curador de importantes exposições. Ao ser questionado sobre quais artistas foram mais marcantes em sua trajetória, ele conta que foram muitos, e das mais diversas épocas, e que tem um carinho especial pela arte italiana do século XIV, arte holandesa do século XVII e arte moderna da primeira metade do século XX.
A iniciativa de trabalhar com a produção de exposições nasceu enquanto trabalhava ao lado da atual sócia, Tânia Mills, na Bienal de São Paulo. “Produzir a Bienal era uma delícia, mas cuidando de mais de 150 artistas e exposições retrospectivas, ao mesmo tempo, não dava para dar muita atenção aos detalhes”, conta. Foi quando então decidiu trabalhar de forma independente com poucos projetos, e dar toda atenção para detalhes e acabamento. “Cada exposição tem que ser linda, com uma montagem impecável, e com material gráfico de primeiríssima qualidade”, explica.
Em sua trajetória como curador, Pieter conta que foi enriquecedor poder “mergulhar” no mundo de J. Borges, não apenas pelo contato com a arte dele, mas também com outras expressões da cultura popular nordestina. Outra experiência marcante foi trabalhar com as obras de Escher, contando com uma equipe de especialistas entusiasmados, o que resultou num sucesso de público e que ajudou a mudar o cenário de exposições no Brasil.
Pieter destaca, também, o trabalho realizado com a obra inspiradora de , exposição que rendeu à Art Unlimited o Grande Prêmio da Crítica, entregue este ano no 59ª prêmio da Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA).
Pieter destaca, também, o trabalho realizado com a obra inspiradora de Abraham Palatnik, exposição que rendeu à Art Unlimited o Grande Prêmio da Crítica, entregue este ano no 59ª prêmio da Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA).
Para Pieter, entretanto, o maior desafio foi a exposição da Índia, e a que mais causou mudanças significativas em sua própria vida. “O contato direto com este caldeirão de culturas, cores, sons e cheiros que é este país mexeu com meus conceitos, e me estimulou a fazer uma exposição com uma interpretação muito pessoal. O risco de fracasso foi grande, porque eu não segui as regras de uma curadoria tradicional, mas, felizmente, caiu na graça do público, deixando esta exposição também entre as mais visitadas do mundo”, conta.
Sua paixão pela arte rendeu significativos resultados, sendo motivo de orgulho especialmente para seu pai, ao notar o reconhecimento internacional pelo trabalho exercido pelo filho. “Um dos momentos mais marcantes na nossa empresa foi o dia que meu pai me ligou, avisando que ele estava me vendo na televisão holandesa, numa matéria falando que nossa exposição Escher tinha sido a mais visitada do mundo. Nós nem sabíamos, e ficamos tão surpresos quanto ele!”, conclui.